sábado, 8 de abril de 2017

Brilliant Corners (1957) - Thelonious Monk



Terceiro trabalho de Thelonious Monk na Riverside Records e o primeiro, neste selo, a ter suas próprias músicas.
Considerada uma obra-prima de Monk e um dos discos mais importantes do Jazz, sendo crucial no desenvolvimento do Jazz moderno, Brilliant Corners um pouco difícil nas primeiras ouvidas, mas que se torna completamente viciante depois de um tempo.

O disco foi gravado em três sessões de 1956 com dois diferentes quintetos.

Ba-lue Bolivar Ba-lues-Are e Pannonica, que Monk toca uma celesta, foi gravada em nove de outubro com os saxofonistas Ernie Henry e Sonny Rollins, o baixista Oscar Pettiford, e o baterista Max Roach.

As outras faixas Paul Chambers estava no baixo e o trompetista Clark Terry entra no lugar do saxofonista Ernie Henry.

Se você não conhece bem Thelonious Monk, não recomendo este disco. Se acostume com o pianista pegando algumas compilações como "Genius of Modern Music" da Blue Note e The Unique Thelonious Monk - que são discos repletos de standards.

A música que abre o disco é uma das composições mais difíceis do Jazz. Para gravá-la foi necessária uma dúzia de takes e a versão final do disco foi editada com três deles.

Algumas dessas sessões duravam 4 horas. Isso causava tensão entre ele e o saxofonista Enrie Henry e o baixista Oscar Pettiford.

Se você conseguir passar dessa música excepcional, já se considere um "iniciado" em Thelonious Monk.

Caso contrário, tente as próximas faixas. Ba-lue Bolivar Ba-lues-are, segunda faixa do disco, é uma belíssima e relaxante improvisação de 13 minutos, repleta de groove.

A próxima música, a balada Pannonica, é impossível não gostar. Uma música encantadora onde Monk toca celesta.
Ela é dedicada a "Baronesa do Jazz", Kathleen Annie Pannonica de Koenigswarter. Uma mulher da família Rothschild que largou tudo para virar patrona de muitos músicos proeminentes de Jazz como Monk (o qual tinha uma verdadeira adoração), Charlie Parker, Mary Lou Williams e outros.


Aliás, Ba-lue Bolivar Ba-lues-are - o título da segunda música do disco - é uma brincadeira em cima da pronúncia exagerada de Monk ao falar Blue Bolivar Blues, referente aos gracejos que Pannonica fazia dele. Refere-se, aqui, ao hotel Bolivar, onde a baronesa do Jazz residia.

I Surrender, Dear é um standard de jazz - a única faixa desse disco que não foi composta por Monk, mas por Harry Barris - um rapaz branco de nova-iorque, da primeira safra do Jazz (sim, a primeira safra do Jazz era repleta de brancos).

Bemsha Swing é uma composição de Monk e Denzil Best que lembra as big bands. Excelente faixa.


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