domingo, 29 de janeiro de 2017

Thelonious Monk - After Hours At Minton's (2002)

After Hours At Minton's é um disco lançado em 2002 com 12 peças musicais gravadas ao vivo em 1941 no famoso Minton's Playhouse, clube de Jazz histórico localizado no Harlem.

No disco, temos Thelonious Monk tocando junto com Kenny Clark, que fazia apresentações regulares no lugar, "co-anfitriando" as sessões instrumentais tal como marcava presença no lugar.

Além dele temos Herbie Fields, Joe Guy, Roy Eldridge e muitos outros.

O que me agrada nesse CD, além das músicas e o seu valor como registro histórico, é o clima que ele reproduz. Se você tiver um som bom, vai ouvir ao fundo conversas, risadas e tilintar de talheres e copos - criando uma atmosfera totalmente imersiva. Pode parecer bobagem, mas esses "ruídos" me agradam bastante - o disco, pra mim, se torna tanto uma homenagem à Monk quanto ao Minton's Playhouse.


domingo, 22 de janeiro de 2017

Rory Gallagher - Live in Europe (1972)


Terceiro disco do Rory Gallagher. Trata-se de shows ao vivo gravados entre 5 Fevereiro e 5 de Março de 1972 na Inglaterra, Itália e Alemanha.
O disco contém apenas 2 músicas suas que foram gravadas em albuns anteriores, Laundromat e In Your Town, uma do primeiro e a outra do segundo disco respectivamente. O resto é totalmente composto por canções tradicionais do Blues como Messin' With the Kid de Junior Well's, Pistol Slapper Blues de Blind Boy Fuller e readaptações de canções tradicionais do Blues com arranjos e letras que Rory dedica aos "diretores espirituais" de sua carreira musical. Temos, por exemplo, I Could've Had Religion saudando Robert Wikins e Gary Davis.

Live in Europe não é apenas um disco de Blues, é um disco de homenagem ao Blues - uma carta de amor ao estilo.

Para entender esse disco é necessário entender o contexto da onda British Blues Boom, a onda do "Blues Branco, Inglês e de olhos Azuis" - a melhor "apropriação cultural" que já houve na história da música popular, que pegou o Blues de Chicago de Muddy Waters e o transformou em The Rolling Stones, Eric Clapton, Fleetwood Mac, Yardbirds, Cream e Led Zeppelin.

Rory fazia parte desse movimento e quis nesse disco prestar seu tributo. Os grandes destaques do disco são "I Could've Had Religion", já mencionada acima, Pistol Slapper Blues e Going to My Hometown, duas músicas que ele toca com Bandolim, In Your Town, uma música sua lançada no segundo disco (Deuce) e Bullfrog Blues.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Baden Powell - Poema On Guitar (1968)


Poema on Guitar é o segundo trabalho de Baden Powell pela gravadora alemã Saba e uma espécie de continuação temática do disco anterior, Tristeza on Guitar.
Apesar de ainda termos o dedo do produtor Joachim-Ernst Berendt, a banda que o acompanha está totalmente diferente. Além de Baden Powell no violão, temos Sidney Smith na flauta, Edhard Weber no baixo e Charly Antolini na bateria.

Enquanto no disco anterior tinhamos uma banda composta apenas de brasileiros, nesse temos uma variedade de nacionalidades maior. Temos aqui um brasileiro, um inglês, um alemão e um suíço. Parece até que estou prestes a contar uma piada.

Seja como for, apesar de ainda ser muito bom, é um disco muito mais modesto que o anterior. Destaque para primeira música, "Feitinha pro Poeta".



Baden Powell - Tristeza On Guitar (1966)


Disco lançado em 1966 pelo selo alemão Saba com colaboração do jornalista, escritor e produtor espcializado em Jazz Joachim-Ernst Berendt.

Trata-se de um dos discos responsáveis por consolidar a carreira de Baden Powell na Europa.
Temos Baden Powell no violão, agogô e surdo, Copinha na flauta, Sergio Barroso no baixo, Alfredo Bessa no atabaque e cuíca, Amauri Coelho no pandeiro e atabaque e Milton Banana na bateria.
Uma obra fascinante com 10 músicas incríveis, incluindo uma versão de 'Round About Midnight de Thelonious Monk.

Baden Powell combina Samba Tradicional com Jazz sem transformar isso em "Bossa", e ainda insere elementos de música erudita à-la Bach (bastante perceptível em Invencão Em 7½) de uma forma graciosa, fluida, sentimental e lógica. Servindo muito bem para mostrar um microcosmo sonoro da prolífica carreira de Baden como violonista e arranjador.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Emergency! (1969) - The Tony Williams Lifetime


Emergency! é um disco duplo do power-trio The Tony Williams Lifetime, composto por John McLaughlin nas guitarras, Tony Williams na bateria e vocal e Larry Young no órgão.

O disco foi lançado em 1969 pela Polydor Records e Polygram Records e é considerado um dos primeiros do Jazz Fusion.

Emergency! é um dos mais influentes, originais, prolixos e significativos discos da história, trabalhando com uma ampla gama de gêneros como Funk, Rock Psicodélico, Hard Bop, Blues e Free Jazz.

 Em uma crítica contemporânea para a The Village Voice, Robert Christgau saudou Williams como "provavelmente o melhor baterista do mundo".

O disco foi mais tarde reeditado em CD pela Verve Records e Polygram em 1997.

De acordo com J.D. Considine na The Rolling Stone Album Guide (1992), o Jazz Fusion nasceu em Emergency! onde John McLaughlin foi o primeiro a combinar Jazz e Rock.

Em um review retrospectivo feita para AllMusic, Leo Stanley disse que esse disco "quebrou as fronteiras entre Jazz e Rock" com suas "paisagens sonoras densas, aventureiras e imprevisíveis".

O disco tem um peso histórico e é essencial para quem gosta tanto de Rock quanto de Jazz. Segue o disco para ouvir: