terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Kathleen Annie Pannonica de Koenigswarter - A baronesa do Jazz


O quão forte é o poder do Jazz pra fazer com que uma mulher deixe filhos, marido e uma das mais poderosas famílias do mundo (a Rothschild) para ir trás do compositor de uma música que ela ouviu em uma viagem?

Nascida em 1913 em Londres e a filha mais nova de Charles Rothschild e da baronesa Rozsika Edle von Wertheimstein, Kathleen é aristocrata por excelência. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela entrou para o Exército da França Livre, que no momento combatia os nazistas. Foi nessa época que ela conheceu seu marido e teve seus filhos.

Mas não foi nem a guerra, a sua família, o seu nome, o seu marido e nem mesmo seus filhos que marcaram sua vida, foi a música - uma única música. Round Midnight.


Muito se fala de paixão à primeira vista, mas esse é um caso peculiar de paixão à primeira ouvida.

Foi em uma viagem em Nova York que a baronesa de Kathleen Annie Pannonica de Koenigswarter, depois de ouvir um pianista chamado Teddy Wilson tocar a música Round Midnight de Thelonious Monk, resolve dedicar sua vida ao financiamento e à procura do homem que compôs aquilo. Uma única música foi suficiente para Kathleen se tornar, desde aquele dia, a baronesa do Jazz e a patrona do Bepop.

Sua dedicação começa com Thelonious Monk mas não se limita a ele. Ela foi patrona de muitos músicos proeminentes de Jazz como Charlie Parker, Mary Lou Williams e outros.

Seu legado foi deixado, não na aristocracia de sua família (o qual foi deserdada), mas na história da música.
Sao inúmeras composições feitas em sua homenagemm como Nica's Tempo de Gigi Gryce, Nica de Sonny Clark, Nica Dream de  Horace Silve, To Nica de Kenny Dorham's, Blues for Nica de Kenny Drew, Nica Steps Out de Freddie Redd, Inca de Barry Harri, Thelonica de Tommy Flanagan e, talvez a mais significativa, Pannonica de Thelonious Monk, lançado na sua obra-prima Brilliant Corners de 1957.

Nenhum comentário:

Postar um comentário